Do Facebook para o Blogger
Publiquei esse texto em minha página pessoal no Facebook. Intitulei-o
"opiniões para eu me lembrar daqui a alguns anos". Estou cada vez mais apaixonado pela Revolução Socialista e certo de que em algum momento nós iremos resistir. Não (sei se) pretendo fazer deste espaço meu palanque político individual para os meus eleitores-fantasma e minha fraquíssima base, mas, por se tratar de uma opinião minha, decidi publica-la.
Adianto que estou profundamente irritado com a vida, mas tenho passado muito bem, obrigado.
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Guga Chacra, da Globo News, chamou Maduro de palhaço por desafiar Guaidó a convocar novas eleições. Acontece que Guaidó é chamado de Presidente mesmo sem sê-lo ou exercer suas funções. É um presidente simbólico que pratica atos simbólicos que às vezes repercutem muito pouco no cenário interno. "Eu sou o Presidente Interino", ele diz. Mas e daí? O que isso significa para a base popular de Maduro? O que isso significa para os setores da oposição que não o apoiam? E para a dinâmica dos atos do Poder Executivo? Nada. A convocação de novas eleições seria mais um desses atos simbólicos que fariam muito bem à sua imagem. Se não o fez foi pela inconveniência ou irrelevância de fazê-lo. Ninguém quer saber disso, especialmente quando se tem outro ato simbólico como o desafio lançado.
Além disso, o líder da oposição venezuelana fala muito em deposição e pouquíssimo (ou quase nada) em sua legitimidade para liderar a própria oposição. A oposição no país parece ser mais fragmentada do que sugerem as manchetes. A queda de Maduro talvez seja necessária, mas deve ocorrer num processo eleitoral democrático e legítimo, não pela força de um "líder oposicionista" financiado pelo capital estrangeiro e que talvez só por isso tenha alcançado visibilidade tão explosiva. Que parcela da oposição apoia uma aliança com o governo norte-americano para tirar um presidente que não a satisfaz?
"Caricato e hipócrita", repetiu o jornalista, ainda se referindo a Maduro, antes de seguir defendendo que tinha certeza de que Guaidó faria uma transição democrática (certamente livre da influência das potências e do dinheiro que sabidamente o têm apoiado) após a deposição. O discurso deságua n uma observação pertinente e, esta sim, verdadeiramente hipócrita: para Guga, a marca de ditadores e populistas é a criação de inimigos externos. Estranho é nunca tê-lo visto discursar tão raivosa e eloquentemente contra o palhaço no hemisfério norte e o palhaço entre nós. Contra eles predomina a diplomacia, contra eles não há desmoralização. Tudo o que eles fazem está dentro do jogo político, não importa quantos genocídios apoiem, velada ou abertamente.
A democracia t em mesmo seus custos.
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